Projeto Interdisciplinar 1
- valdemrviana
- 15 de mai. de 2021
- 3 min de leitura
Feito por: Valdemir, André Felipe, Jonatas e Amanda Ketelyn

Para acessar o trabalho na integra, abra o PDF anexado nesta postagem.
No início de 2020 o mundo se viu diante de uma nova doença que até então assombrava somente a China, mas que tinha grandes chances de alcançar outras partes do mundo. Com o alastramento da doença misteriosa, que diariamente elevava o seu número de casos e mortes e após a declaração da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre a pandemia de COVID-19 pesquisadores do mundo inteiro se uniram numa missão de estudar o vírus e elaborar uma vacina para que pudessem conter o avanço da doença.
No Brasil, um longo caminho foi percorrido pela Fiocruz e Butantan no desenvolvimento de vacinas e adjuvantes, ambas firmaram parcerias internacionais para o desenvolvimento da vacina para que as mesmas pudessem ser produzidas também no Brasil. Fiocruz junto com a Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca e o Instituto Butantan com a chinesa Sinovac para a produção da Coronavac. O desenvolvimento dessas vacinas foi desde as pesquisas básicas e a aplicações em etapas piloto, até o escalonamento em nível industrial, envolvendo equipes multidisciplinares em colaborações nacionais e internacionais. Em ciência, quanto mais colaboração melhor e é por meio do debate e do questionamento de hipóteses e ideias que os pesquisadores produzem a ciência, todo o conhecimento do mundo é fruto da colaboração de diferentes pessoas que, em diferentes tempos, partiram das certezas ou dúvidas para ampliar e aprofundar seus estudos.
O Instituto Butantan que se associou à fabricante chinesa de medicamentos Sinovac para desenvolver e testar em parceria uma vacina que pudesse impedir o avanço da doença no mundo e até então o possível colapso do sistema de saúde brasileiro. A CoronaVac. Em seu portfólio de vacinas, a Sinovac já tinha um contra o vírus SARS-CoV-1, agente responsável pela epidemia de SARS na China entre 2002 e 2004. Essa experiência permitiu com estudos uma rápida adaptação para o Sars-CoV-2, em abril/2020, já tínhamos uma vacina sendo testada em ensaios pré-químicos, nos ensaios pré-clínicos em animais mostraram que a vacina tinha grande eficácia em protegê-los.
A Fundação Oswaldo Cruz, com uma longa trajetória e tradição de mais de 70 anos na produção de vacinas apostou um acordo com a biofarmacêutica AstraZeneca para produzir, no Brasil, a vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford. Ela foi desenvolvida com a tecnologia de vetor viral não-replicante de adenovírus de chimpanzé manipulado geneticamente para inserção do gene da proteína “Spike” (proteína “S”) do Sars-CoV-2.
Desde a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1973, o Brasil desenvolveu ações planejadas e sistematizadas, diversas estratégias, campanhas, erradicações de doenças como a varíola em 1973 e a poliomielite em 1989, o controle do sarampo, tétano neonatal, acidental, a coqueluche, implementação de medidas para o controle da rubéola, hepatite B, da influenza e suas complicações nos idosos, também das infecções pneumocócicas. O que foi alcançado pelo Brasil ao longo de mais de 40 anos, em imunizações, está muito além do que foi conseguido por qualquer outro país de dimensões continentais e de tão grande diversidade socioeconômica. No campo das imunizações, somos vistos com respeito e admiração até por países dotados de condições mais propícias para esse trabalho, por terem população menor e ou disporem de espectro social e econômico diferenciado.
Até o final dos anos 70, as necessidades de vacinação do Brasil eram, em grande maioria, atendidas por importações, e por produção privada. No início da década de 1980, quando a demanda de vacinas se ampliou, em consequência da criação do PNI em 1973, ficou evidente a insuficiente capacidade produtiva e que as vacinas produzidas localmente eram de baixa qualidade. Diante dos novos requisitos da política de saúde, os laboratórios privados interromperam sua produção, gerando uma crise de desabastecimento de soros e vacinas no País.
Em meados da década de 1980, foi criado o Programa de Autossuficiência Nacional em Imunobiológicos (Pasni), visando estimular a produção nacional por um conjunto de instituições públicas que possuíam base tecnológica e tradição na produção de algumas vacinas, como o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos – Bio-Manguinhos/Fiocruz, Instituto Butantan, Instituto de Tecnologia do Paraná – Tecpar, Fundação Ataulpho de Paiva e Instituto Vital Brazil. O governo federal investiu nessas instituições um montante de recursos de cerca de US$ 150 milhões entre 1986 e 1998, para infraestrutura, capacitação e qualificação desses produtores. Apesar das metas de autossuficiência não terem sido alcançadas, criou-se no País a maior capacidade de produção de vacinas da América Latina, hoje liderada por Bio-Manguinhos/Fiocruz e Instituto Butantan, que respondem por 89% da produção nacional — e atualmente atendem 70% da demanda do Programa Nacional de Imunizações. (SCLIAR, 2003, p. 196 e 197)
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